Um estudo publicado em 2013 debruçou-se sobre a comparação da sensibilidade dos oceanos polares à acidificação antropogénica [1]. Esta designação – acidificação, consiste na diminuição do pH causada pelo aumento do dióxido carbono (CO2). Este gás (amplamente produzido por fonte antropogénica) ao dissolver-se na água, reage com esta alterando o seu equilíbrio químico e resultando na diminuição de pH. Os oceanos polares são quimicamente sensíveis à acidificação antropogénica, devido à sua relativamente baixa alcalinidade e, correspondentemente, uma fraca capacidade de neutralizar ácidos sem perturbar de forma extrema as actividades biológicas que neles ocorrem.

O estudo fez comparações de observações únicas do CO2 abrangendo ciclos anuais. Os locais de estudo foram localizados no Ártico (Amundsen Gulf) e o outro localizou-se em Prydz Bay, na Antártida. Comparativamente, o local de estudo no Ártico demonstrou experienciar maior aquecimento sazonal e maior arrefecimento sazonal. Os menores níveis de alcalinidade e menor pH foram experienciados no Ártico, comparativamente ao local na Antártida.
Estes resultados principais sugeriram em que o sistema do Ártico apresenta uma maior vulnerabilidade às alterações antropogénicas relativamente à Antártida, e como tal o fenómeno da acidificação decorrerá no futuro com diferentes magnitudes nestes dois sistemas. Este assunto reveste-se de especial interesse uma vez que a acidificação dos oceanos tem um forte impacto quer ao nível de reações metabólicas; como comportamentais ou mesmo estruturais de alguns seres vivos que constituem a base da cadeia alimentar marítima.
[1] Origem em actividades humanas.
Fonte:
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Shadwick, E. H., T. W. Trull, H. Thomas & J. A. E. Gibson, Vulnerability of Polar Oceans to Anthropogenic Acidification: Comparison of Arctic and Antarctic Seasonal Cycles, Scientific Reports 3, 2339, 2013. doi: 10.1038/srep02339
Autora: Sara Aparício