Alguns metais, tais como o ferro, zinco, manganês e cobalto, que estão presentes em concentrações extremamente baixas nos oceanos, possuem funções biológicas importantes, actuando de forma análoga às vitaminas no corpo humano. Estas “vitaminas”, especialmente o ferro, podem ser factores limitadores da produção primária de fitoplâncton [1], e, dessa forma, condicionar todas a cadeia trófica e toda uma sequência de mecanismos a ela associados, com implicações profundas nos ecossistemas.
Por este motivo, ao longo das últimas décadas tem sido estudado o teor destes metais nas águas do oceano austral, de modo a compreender o seu papel em alguns fenómenos físicos, químicos e biológicos.

Deste modo, a maioria das regiões do oceano austral encontra-se numa elevada concentração de nutrientes e baixa concentração de clorofila, o que confirma a hipótese do papel relevante do ferro para a actividade biológica dos oceanos. O estudo mais detalhado do papel destas “vitaminas” permitirá compreender de que modo o crescimento de fitoplâncton, poderá fomentar o sequestro do carbono libertado para a atmosfera por acção humana e o seu impacto nas alterações climáticas globais.
[1] conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água.
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Fonte: Measures, C.I., M. Hatta, and M.M. Grand. 2012. Bioactive trace metal distributions andbiogeochemical controls in the Southern Ocean. Oceanography 25(3):122–133. doi: 10.5670/oceanog.2012.85
Autor: Hugo Oliveira